Isto
é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
Hoje
é com muita alegria que celebramos a solenidade de Corpus Christi. O Evangelho
narra como que foi a Última Ceia de Jesus com os discípulos, na qual ele
instituiu a Eucaristia.
“Isto
é o meu corço... Isto é o meu sangue.”
Participar da Eucaristia é unir-nos com
Jesus numa grande união, de corpo e de espírito.
Para
quem participa da Santa Missa e comunga, vale aquela comparação que está no
Salmo primeiro: “É como uma árvore plantada à beira d’água, que dá fruto no
devido tempo. Suas folhas nunca murcham” Agora, se um cristão ou cristã não
participa da Missa nem recebe a Eucaristia, logo se tornará uma folha seca
agitada pelo vento, uma ovelha sem pastor, um peixe fora d’água. A pessoa fica
sub-nutrida na fé, fica fraca e cai na primeira tentação que aparecer. Afoga-se
num copo d’água. É esse o tipo de católico que as seitas costumam pegar e acabar
de desligar de uma vez da Igreja Católica, a Igreja que Jesus
fundou.
“Porque
há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único
pão” (1Cor 10,16-17). A Eucaristia nos une não só com Cristo mas também entre
nós. E se alguém se afastar da Eucaristia, aos poucos vai se desligando também
da Comunidade cristã. Antigamente o padre consagrava um pão só, que na hora da
Comunhão era repartido. Hoje, por motivos práticos, o pão já vem em pedacinhos,
que chamamos de Hóstias. Mas o sentido continua o mesmo, pois todos comungamos
juntos, participando de uma mesa só.
A
Eucaristia é também remédio de eternidade, ela é antídoto para não morrermos
espiritualmente. Quem recebe a Eucaristia não morre, mas vive
eternamente.
No
Evangelho, Jesus fala: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é
derramado em favor de muitos”. E na Missa, logo após a consagração, nós dizemos:
“Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde
Senhor Jesus”. A Eucaristia está intimamente relacionada com a morte e
ressurreição de Jesus.
“No
primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal...” Assim começa o
Evangelho de hoje. Esta celebração da páscoa judaica era a comemoração da
libertação do Egito, passando (páscoa) pelo Mar Vermelho. A Eucaristia é a nossa
páscoa, a celebração da nossa libertação da escravidão do pecado, passando para
uma vida nova, como filhos queridos e Deus e membros da sua
família.
Antes
de instituir a Eucaristia, Jesus lavou os pés dos discípulos, para nos mostrar
que a Eucaristia está ligada ao amor, amor humilde e prático, manifestado
através do serviço.
Na
Igreja primitiva, a celebração eucarística chamava-se “partir do pão”, para
lembrar que devemos partilhar do nosso pão, como Jesus repartiu o seu corpo. O
nome Missa, que damos à Eucaristia, nos lembra que ela nos envia em missão.
Antigamente, as últimas palavras do padre na Missa era: “Ite, missa este”, que
significam: ide, terminou a celebração e começa a vossa
missão.
Ao
contrário dos outros alimentos, que se transformam em nós, a Eucaristia nos
transforme no alimento que comemos, alimento que é mais forte que nós, Jesus
Cristo. Ela vai nos transformando em Cristo, até podermos dizer com S. Paulo:
“Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Quem comunga vai aos
poucos vivendo a mesma vida de Jesus: Os mesmos sonhos, o mesmo pensamento, o
mesmo ideal e, no fim, a mesma morte. É uma simbiose
total.
“Irmãos,
toda carne é como erva, e toda a sua glória é como a flor da erva: secou a erva,
cai a sua flor. Mas a Palavra do Senhor permanece para sempre” (1Pd 1,22-25a). A
carne é o nosso corpo, e a glória são as honras, a fama etc. O nosso corpo é
frágil, ele morre. E quando ele vai, vai junto a nossa glória, honras, fama etc.
O melhor mesmo é nos alimentarmos de Jesus, porque assim jamais
morreremos.
Certa
vez, um homem estava andando no mato, na beira de um riacho, e viu algo
brilhando dentro da água. Não ligou e foi-se embora. Mais tarde, veio outro
homem. Viu, entrou na água, pegou o objeto e viu que era uma uma pedra. Ele
pensou: deve ser coisa à toa, senão não estaria aqui. Jogou-a novamente dentro
do riacho e foi-se embora. Mais tarde, veio um terceiro homem. Ao ver a pedra,
pegou-a e levou a um amigo que entendia do assunto. O amigo lhe disse: “É uma
pedra de diamante, de altíssimo valor. Você está súper rico com esta
pedra”.
Esta
pedra de diamante é a Eucaristia.
Pena que muitas vezes não lhe damos o devido
valor, de modo que ela é celebrada ao lado da nossa casa e não participamos. Que
a valorizemos como fez o terceiro homem com a pedra de
diamante.
A
primeira procissão de Corpus Christi aconteceu quando Maria visitou sua prima
Isabel. Ali, o ostensório foi o corpo imaculado de Maria. E quando José e Maria
levaram Jesus ao templo, o profeta Simeão disse a Maria: “Este menino será um
sinal de contradição... E a ti uma espada de dor vai atravessar a tua alma”. O
corpo e o sangue de Jesus, que comungamos, foi Maria que lhe deu. E ela
participou também do sacrifício, por nós.
Vamos,
nesta festa de Corpus Christi, fazer alguns pedidos a Jesus, pela intercessão de
sua Mãe: Que amemos mais a Eucaristia; que ele nos mande muitos sacerdotes, para
que a Eucaristia possa ser celebrada em todos os lugares do mundo onde houver um
grupo de cristãos.
E que não falte na mesa de todas as pessoas do mundo o
alimento, o pão material.
Isto
é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
Padre
Queiroz