segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dom Bosco e eu, na Catequese!

Já faz algum tempo que estou ensaiando para escrever este texto e vinha adiando pois não sabia se seria capaz de colocar em palavras a minha curta, mas proveitosa experiência de catequizar
"junto com Dom Bosco".
Digo "curta" pois até hoje só tive três turmas e foi apenas com a útima que comecei a empregar toda a rica espiritualidade de São João Bosco.
Embora participasse de uma Paróquia em que atuam padres salesianos, não me chamava atenção, a figura de Dom Bosco... Sempre ouvi "falar" muito dele, há muitas obras sociais inspiradas nele na minha região, até a estação de trem aqui é em sua homenagem: "Estação Dom Bosco". E nos encontros da catequese eu sempre o citava, mas, mais por uma questão de obrigação, pois a Paróquia é salesiana. Fato é que não reconhecia em muitas pessoas que me "falavam" dele, a sua espiritualidade. Acho que é isso que acontece quando apenas "falamos", sendo que o essencial é primeiramente "experienciar" para aí então, anunciar com propriedade e convicção o que acreditamos.
Esta situação perdurou até participar de uma formação para catequistas com uma religiosa salesiana, Ir.Bernadete. Com franqueza, não me lembro de quase nada do que ela disse na palestra (já fazem uns 4 anos), mas o que não me esqueço jamais, foi de ver o imenso entusiasmo com que falava de Dom Bosco, fiquei encantada  e ao voltar pra casa, senti despertar em mim um grande desejo de conhecê-lo.
Sim, pois agora sei, que até aquele momento não tinha sido "apresentada" realmente ao santo!
Ou seja, já saí daquela formação aprendendo uma lição prática, que embora o conhecimento seja necessário, é imprescindível experienciar o que vamos transmitir...
Se nos falta esta experiência e intimidade que devem ser profundas e vividas cada dia, nossa catequese vai se resumir a teorias e discursos indiferentes e vazios, que não evangelizam ninguém, nem a nós mesmos.
Continuando ... (tenham paciência, rsrss) bom, infelizmente tive que dar uma pausa nos encontros, devido ao emprego que tinha arrumado, mas, dois anos mais tarde estava eu de volta, mais madura... porém, notava que embora me dedicasse muito para preparar encontros criativos para ilustrar o que lhes queria ensinar, ambientes convidativos à oração e a meditação da Palavra,  elaboração de momentos de descontração, com cantos e danças... percebi que faltava algo e esse algo devia ser muito importante, pois  faltava uma "liga" para dar sentido àquelas atividades...
  Recorrendo sempre ao Espírito Santo, para que me desse uma visão mais clara do que faltava para tornar meu testemunho, diante daquelas crianças, mais autêntico, encontrei este ensinamento de Dom Bosco que começou a reger e pemear (graças a Deus) toda a minha visão de catequese:

“A familiaridade gera o afeto e o afeto produz confiança.
Isso é que abre os corações”.

Eis a "liga" que buscava! Faltava acolhida (!?)
Entendi que esta familiaridade só é gerada num ambiente em que há acolhimento, onde recebo e aceito o outro como ele está, onde mostro interesse sincero por aquilo que ele pensa e fala, e lhe dedico atenção, e lhe dedico atenção e LHE DEDICO ATENÇÃO!
Desculpe o exagero e a insistência, mas esta deve ser uma prioridade em nossa catequese, estamos sempre tão ocupados enchendo os encontros com mil e um subsídios, atividades sem fim e não, não é errado buscar formas criativas de anunciar Jesus e o seu Reino de amor, mas sempre deve sobrar tempo para que contemplemos o outro e sua história. 
Imagine que você possua um grande tesouro em seu poder e você precisa colocá-lo em um cofre, só que ao invés de abrir primeiro o cofre, para assim depositá-lo em segurança, você começa a despejar diante do cofre fechado todo o precioso tesouro, que com certeza se perderá.
 Pois bem, é preciso que antes de qualquer coisa, estejamos dispostos pela graça de Deus, a abrir estes corações com acolhimento sincero, onde os catequizandos não apenas "sejam", mas "saibam" que são amados e respeitados, dando um espaço privilegiado para que o diálogo se 'instale" nos encontros, combatendo todo preconceito e qualquer tipo de exclusão e isolamento, todos devem ser protagonistas!
E dentro de um ambiente em que não somos apenas um grupo, mas membros da família de Cristo, o afeto é gerado, a confiança é produzida.
E para que a confiança seja mútua é preciso acreditar sempre!
Lembremos o quão raro é, que se chegue às nossas mãos, uma terra boa e fértil para o nosso plantio...
Bem mais comum é recebermos terra sêca, cheia de pedregulhos, que para olhos humanos é certamente improdutiva...
Devemos então desistir de semear ali, as sementes do Evangelho?
Também isto Dom Bosco nos ensina, por meio de sua vida, que mesmo diante do irrecuperável e do improvável é preciso acreditar sempre.
Com caridade e mansidão, peneirar a terra, retirando os pedregulhos, revolvendo e afofando o terreno ressequido, mas não regando. (?!!)
Não, não regue "você", pois esta tarefa compete ao Agricultor Divino que irrigará cada grão de terra com a Água Viva do Espírito. 
E como Dom Bosco acredite sempre na semente de amor plantada.
E sabe por que Dom Bosco acreditava sempre?
Porque Dom Bosco não alimentava expectativas, mas sim esperança!
E a esperança nunca o decepcionou!




É claro que meu aprendizado com São João Bosco, continua...
e com certeza estarei postando em outra oportunidade...
O vídeo que postei abaixo,
trata de trechos do filme
"DOM BOSCO, UMA VIDA PARA OS JOVENS",
que é belíssimo e que recomendo a todos.



Um comentário:

  1. Como é bom uma reflexão oriunda da práxis catequética! Realmente D. Bosco precisa ser re-significado, re-interpretado, atualizado. Grande contribuição pode oferecer o Sistema Preventivo Salesiano à Catequese. Alías, toda a ação de D. Bosco começou com a Catequese Oratoriana.
    Renato Tarcísio, sdb

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